segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O Matemático

Os meus sonhos, como os de toda a gente, traduzem-se em certos resultados, em determinados fins que desejo alcançar.
Assim sendo, todos os dias equaciono os meios que preciso usar ou de poder dispor para alcançar ou cumprir os meus sonhos.
Matematicamente, talvez se possa dizer que “x”, o que sonho, há-de ser igual a “y” mais ou menos “z” (ou seja, x = y +/- z).
Por exemplo, e olhando as coisas de um modo simplista, o sucesso profissional que desejo, teoricamente, há-de ser igual a: dedicação + paixão pela profissão que vier a exercer. Logicamente, a equação pode, ou mesmo deve, ser aumentada.
Contudo, e é aqui que tudo se complica, equaciono todos os dias o que fazer em relação a ti… Todos os dias tento resolver a nossa equação. Penso, reflicto, vejo, revejo e volto a revê-la , e nesta equação, onde entram já constantes e variáveis, perco-me, e não consigo atingir qualquer resultado. E sempre que me perco volto incansavelmente ao início e a dada altura reparo que houve um menos ou um mais que me passou ao lado, e que tudo o que fiz para a frente está errado. Recomeço…
Equaciono apenas, penso, pondero, planeio, imagino, sonho, sem nunca agir antes de chegar ao resultado certo e indubitável da equação. No entanto, tenho consciência que em equações “deste calibre” não se consegue chegar a um resultado rigoroso, é possível apenas, e quando muito, chegar a um valor aproximado.
Assim sendo, chego à conclusão que equacionamos demais…
Dou por mim sentado à secretária dos meus pensamentos, rodeado de folhas com números, cálculos, riscos e rabiscos, e reparo que do que equaciono tão poucas equações consigo resolver, e tanta coisa deixei por cumprir, por não ter resultados rigorosos que me dessem uma base fiável para agir…
E dou por mim revoltado com tudo isto, amachuco todos os papéis furiosamente e atiro-os para o lixo dos meus pensamentos, porque a minha última equação deu um resultado indesejado, mas certo… - diz que enquanto estás aí, eu estou aqui longe, a equacionar o que me dirias se te dissesse… a imaginar como reagirias se te sorrisse… o que me responderias se te convidasse… como seria se te vivesse, a fingir que te vivo, a ponderar como te vivia, como viveríamos…
Chega de equações!!!
Vou viver-te!

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