sexta-feira, 30 de maio de 2008

Directas no PSD

Em vésperas de directas no PSD, permito-me fazer algumas apostas nos resultados, e digo apostas, não previsões, ciente de que não posso arrogar-me capaz de prever o que se vai passar, e ciente de que a minha comedida visão politica, não me permite analisar as directas no PSD, no verdadeiro sentido da palavra, mas apenas, como disse, fazer umas apostas, ainda assim fundamentando-as o melhor que posso.
Pois bem… Creio então que Manuela Ferreira Leite vencerá as eleições directas daquele partido. E acredito nisto porque penso que os militantes do PSD procuram, neste momento, mais do que tudo, devolver ao partido uma imagem de credibilidade tão imaculada quanto possível, e, não desprezando as qualidades dos adversários de Manuela Ferreira Leite, penso que a imagem de rigor, que tem, não só perante os militantes do PSD, mas também perante o eleitorado nacional, e que lhe valeu alguma impopularidade em determinados períodos da sua vida política (maxime, no Governo de Durão Barroso), deverá neste momento, em particular, jogar a seu favor.
Parece-me certo que o PSD precisa de se reorganizar, contudo, parece-me também que o partido já vai tarde para se apresentar como um partido forte e coeso nas próximas eleições legislativas de 2009.
Assim, considero que a Manuela Ferreira Leite caberá a tarefa de reabilitar a imagem do PSD, deixando, quando essa tarefa estiver terminada, o combate com Sócrates para outro alguém…
Quanto ao segundo lugar, aposto em Passos Coelho, que apresenta um projecto para oito anos, um projecto que me parece menos ambicioso, mas mais realista. A não ser que o PSD consiga uma reorganização em tempo recorde, e goze de algumas políticas menos conseguidas, por parte do actual governo, prejudicadas pelo aumento dos preços dos combustíveis, pela crise económica, entre outros factores externos, até 2009, não consigo conceber que em 2009 o PSD consiga verdadeiramente ameaçar o Governo de José Sócrates. De resto, de dizer que a sua campanha me pareceu politicamente correcta, não deixando de ser frontal, o que traz me faz pensar que lhe permitiu colher simpatias entre os militantes.
O último lugar do pódio, apostaria que está guardado para o Dr. Santana Lopes. Penso que, durante a campanha, perdeu tempo que tinha para esgrimir argumentos com algumas declarações que considero menos próprias no âmbito da discussão política, o que, ao que prevejo, em nada o beneficiará nos resultados destas directas. Além disso, a sua imagem, a meu ver, encontra-se algo agastada politicamente em face do eleitorado nacional, e se o PSD anda à procura de um líder para o presente, também anda à procura de um líder para o futuro, e tenho reservas quanto à questão de saber se os militantes do PSD vêm em Pedro Santana Lopes esse líder para o futuro, com franqueza, inclino-me mais para a resposta negativa a esta questão.
Certo é que, o Dr. Pedro Santana Lopes vai querer demonstrar que peso ainda tem no PSD, e conta, para isso, com alguns fiéis seguidores, resta saber quantos são, ou quantos sobram…
De resto… Apenas de questionar se os tiros que Santana Lopes apontou a Manuela Ferreira Leite não lhe vão sair pela culatra… E dizer que gritar vitória antes do tempo não me parece um acto demonstrativo de humildade, nem de elegância. Por outras palavras… Penso que, em qualquer circunstância, este comportamento “fica mal”.
Para terminar, volto a pegar numa “deixa” que tinha referido no início deste texto. Estou expectante em relação a uma figura importante do PSD, o Dr. Aguiar-Branco. Acredito que terá uma palavra a dizer no PSD, numa altura mais propícia, quiçá, conseguida pela Dra. Manuela Ferreira Leite, mas isso… falta ainda algum tempo para poder saber. No entanto, estou consciente de que, esta é uma hipótese tão ou mais remota como a de Passos Coelho conseguir nestas directas um resultado melhor do que o de Santana Lopes, e que só me permito fazer em sede de apostas, que têm por base mais fé (nuns casos) e inconciência (noutros), do que uma lógica racional.

Maio de 2008 - Um mês dramático para o Mundo

A dois de Maio, o ciclone "Nargis” atingiu a antiga Birmânia (país sul asiático), actual Myanmar. Desta catástrofe resultavam já, no dia seis de Maio, 15.000 mortos, e 30.000 desaparecidos, segundo o Público. Porém, a agência Reuters deu hoje notícia de 134 000 pessoas mortas ou desaparecidas (não discriminando o número de mortos e o número de desaparecidos), e pelo menos 2,4 milhões de desalojados.
O regime totalitário, que governa o país há mais de quarenta anos, demorou a aceitar ajuda humanitária, e agora que o fez, fê-lo de maneira nada transparente, além de que conseguiu fazer chegar boletins de voto, para aprovação da nova Constituição birmanesa, onde não conseguiu, nem permitiu, que chegasse ajuda humanitária. Como resultado desta cadeia de acontecimentos, Myanmar vive agora dias em que se temem doenças como a malária, o dengue e a cólera, temores que se agravam pelo facto daqueles que perderam tudo não terem também alimento, e como é sabido, os corpos sub nutridos ficam mais sujeitos às doenças.

Dez dias depois, o pior sismo dos últimos 30 anos (ocorrido em território chinês), abalou a região de Sichuan, provocando 67.183 mortes confirmadas e 20.790 desaparecidos, de acordo com um balanço provisório anunciado no dia 27 do corrente mês pelo governo chinês. Este sismo que atingiu a magnitude 8 na escala de Richter, fez ainda 361.822 feridos, e deixou cerca de cinco milhões de pessoas desalojadas (dados disponibilizados pelo Diário Digital).
Só as duas maiores réplicas que seguiram aquele sismo, uma das quais atingiu uma magnitude de 5.7 na escala de Richter, foram responsáveis pela destruição de mais de 420 mil casas. Neste cenário, prevê-se que o trabalho de reconstrução da província de Sichuan pode demorar, pelo menos, três anos.
Há ainda uma elevada preocupação com as barragens que sofreram deteriorações com o abalo, estando previstas chuvas fortes e tempestades, nos próximos dias, para aquelas regiões. (Dados consultados no jornal Público).

Um dia antes, a onze de Maio, facas, machados, garrafas, paus e tijolos serviram para agressões bárbaras, protagonizadas por sul-africanos, contra outros africanos, imigrantes na África do Sul. Houve notícia de imigrantes queimados vivos, linchados e de casas de imigrantes pilhadas e incendiadas nos arredores de Joanesburgo.
Esta onda de violência xenófoba dirige-se contra imigrantes do Zimbabwe, de Moçambique, do Congo, do Malawi, da Nigéria, da Etiópia e da Somália. Estes africanos que deixaram o seu país de origem, para reconstruírem as suas vidas na África do Sul, são acusados de ocuparem os postos de emprego que deviam caber aos sul-africanos, num país em que o desemprego atinge uma taxa de aproximadamente 40%; assim como de contribuírem para o aumento da criminalidade naquele país.
Desta onda xenófoba, que se estendeu a sete das nove províncias da África do Sul, resultaram, pelo menos, 52 mortos, centenas de feridos, um número de desalojados, de várias nacionalidades, que ascende 600.000, e cerca de 29 mil retornados…

Face aos factos apresentados, cabe-me manifestar n’Esta Versão dos Factos uma enorme tristeza, e constatar que este mês de Maio foi um mês trágico para o Mundo...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Tributo a Maio

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Albert Camus

Como já tinha dito, dedico agora mais a ler do que a escrever, visto que é crucial ler bastante para se aprender a escrever. O último livro que li foi “A Peste” de Albert Camus, obra que valeu a este autor o Prémio Nobel da literatura em 1957.
Quando acabei de ler o livro constatei que, antes de ir buscar o livro a uma das estantes do sótão, não conhecia o autor, e lembrei-me de pesquisar sobre Albert Camus para depois publicar n’Esta Versão dos Factos, o primeiro post de uma nova rubrica – Versões biográficas.

(Eis o que descobri: )

Albert Camus, escritor francês, nasceu na Argélia, em Mondovi, província de Constantina, a 7 de Novembro de 1913. Faleceria aos 47 anos de idade, em Janeiro de 1960, em consequência de um acidente de automóvel, quando regressava a Paris, vindo de uma pequena digressão.
Enfrentou grandes dificuldades durante os seus estudos na Faculdade de Argel. Foi obrigado a recorrer a diversos empregos para suportar as despesas da vida de estudante, entre os quais se contam: vendedor de acessórios para automóvel, meteorologista, empregado num escritório, funcionário administrativo na Polícia. Simultaneamente dedicava-se ao desporto e animava um grupo teatral – L’Equipe.
Licenciado em Filosofia, a doença (uma crise de tuberculose) impediu-o de levar mais longe a carreira de Professor. Dedicou-se então ao jornalismo. Com a invasão da França ingressou na Resistência Francesa, e a Libertação encontrou-o redactor do jornal Combat.

Entretanto, o seu nome subira ao primeiro plano do panorama literário francês e mundial. Em 1957, (como já referi) sobreveio a consagração do Prémio Nobel, atríbuido à obra “A Peste”. Este romance retracta alegoricamente a realidade da ocupação alemã numa cidade assolada por uma epidemia, cenário para a apresentação da condição humana.

“Com efeito, ao ouvir os gritos de alegria que subiam da cidade, Rieux lembrava-se de que esta alegria estava sempre ameaçada. Porque ele sabia o que esta multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros: o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nas caves, nas malas, nos lenços e na papelada. E sabia também que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz.”

Exerto de “A Peste”
De Albert Camus

Na base da obra filosófica e literária (uma obra de ficção e ensaísta) de Camus está sobretudo a reflexão sobre o absurdo, mas também o suicídio, a solidão, a morte, a esperança e a solidariedade. Os seus livros testemunham as angústias do seu tempo e os dilemas e conflitos já observados em escritores que o precederam, tais como Franz Kafka, ou Dostoiévski.
Camus é, a par de Sartre e de Simone de Beauvoire , considerado um dos escritores mais representativos do existencialismo francês (corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a individualidade própria do ser humano. O existencialismo considera cada homem como um ser único que é responsável pelos seus actos e dono do seu destino). A sua reflexão recai inicialmente sobre o absurdo, o suícidio (tema retratado em “O Mito de Sísifo”), a solidão e a morte, dirigindo-se gradualmente para a esperança e a solidariedade humanas como possíveis soluções para o drama do absurdo. Esta trajectória serve de apoio a um aproveitamento interessado do seu pensamento e da sua figura pelos círculos católicos.
A límpida perfeição estilística da sua escrita e a sobriedade da sua inspiração novelesca contribuem, em grande escala, para a eficácia da sua expressão literária.
Segundo o próprio autor, as suas obras agrupam-se pelos círculos temáticos: da rebelião (integrado por “A Peste”, pelos dramas “O Estado de Sítio” e “Os Justos”, e pelo ensaio “O Homem em Rebeldia”); e o da medida (do qual fazem parte os relatos “ A Queda” e “O Exílio e o Reino”).



“Você sabe o que é o encanto?

- é ouvir um sim como resposta sem ter perguntado nada.”

Fontes:

- Sites / Bloges:

http://margemesquerdatribunalivre.blogspot.com/

www.vidaslusofonas.pt

www.wikipedia.org

- Livros:

"A Peste" - Publicação do jornal Diário de Notícias

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Preço dos combustíveis

Face à evolução dos preços dos combustíveis, o Esta Versão Dos Factos passa a palavra e disponibiliza um link, na área Versões interessantes, de um site que lhe permite saber qual o posto de abastecimento mais barato da área em que se encontrar (o site maisgasolina).

‘Perhaps 60% of today’s oil price is pure speculation’
by F. William Engdahl

terça-feira, 20 de maio de 2008

A união faz a força

Vídeo vencedor do YouTube's Best Eyewitness Video.

Paragens de autocarros


Hoje inicio uma nova rubrica que achei por bem baptizar de versões que não lembram ao diabo. Trata-se de tiras da vida comum, episódios curtos e caricatos, a que assisti ou que alguém que assistiu me contou, e por serem momentos insólitos, vale a pena guardar aqui.
Cabe então recordar, os dias em que eu andava de autocarro quase diariamente, numa cidade em que o autocarro da linha X era de longe o mais requisitado pelos utentes dos transportes públicos, já que dava a volta à cidade toda. Nesses dias, mais de uma vez aconteceu, aparecerem senhoras e senhores, normalmente idosos, que perguntavam a todos quantos estávamos na paragem, se o autocarro X já tinha passado. Será que pensavam que a empresa dos transportes tinha pessoal nas paragens encarregado de avisar os utentes dos autocarros que já tinham perdido, e de os consolar, informando-os de que daí a dez minutos no máximo teriam outro? Qualquer coisa do tipo… “- Há pá!... Que azar que a Sra. teve…. O X passou mesmo há dois minutos, já viu…? Por dois minutos ficou apeada… Que pouca sorte… Mas deixe lá… daqui a uns 8 ou 9 longos minutos estará aí outro… Veja lá se não é melhor ligar para casa a avisar que se atrasou, não vão eles ficar em cuidados…”. Ou será que eu devia dizer-lhes: "Olhe... Ainda bem que chegou que o X já passou e eu fiquei aqui para a avisar. Ainda pensei que se você não chegasse eu perdia o próximo." E às vezes pergunto-me... Será que alguém faz estas perguntas no metro?...
E depois, quando me acontecia isso, ainda me sentia mal, porque caso aquela hipótese fosse possível, era sempre chato ser confundido com o empregado da empresa de transportes… Vamos lá a ver… É que é a mesma coisa que por entrarmos na SportZone com uma T-Shirt cor-de-laranja vir alguém perguntar-nos se não há o um tamanho maior de um determinado par de ténis.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Tons que tocam

Intérprete: Sérgio Godinho

Tema: Bíblias de Um Deus Ateu

Letra

O escasso tempo e os muitos projectos pessoais

Tenho pena de dar menos atenção a este blog do que tinha pensado dar, mas, e ainda que este blog seja ainda uma criança, decidi tirar uma espécie de sabática, um tempo para ler mais, e desse modo aprender a escrever melhor. Além disso, voltei ao papel, o meu formato preferido, e colocarei aqui o que de melhor for escrevendo, o que de melhor foi “saindo” embora por falta de método e de autodisciplina (ou seja, por não escrever todos os dias, ou dia sim dia não…) me vá também permitir postar aqui coisas apenas quando já tiver matéria suficiente para fazer publicações mais ou menos regulares. De qualquer modo, é sempre bom vir cá deixar mais qualquer coisa, mesmo que apenas um lamento por não ter tempo, inspiração ou vontade para aqui colocar mais coisas… E consolo-me com o facto de ele ser ainda um blog vivo… Com pouca vida (com uma infância pouco mexida), mas um projecto que pretende evoluir e que não está, ao contrário do que parece, moribundo.