segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Poesia musical

Temos assistido a uma saudável e surpreendente mistura de estilos no nosso panorama musical, que têm propiciado trabalhos de enorme qualidade, este é, para mim, um deles, e por issso, partilho convosco...


domingo, 25 de janeiro de 2009

sábado, 24 de janeiro de 2009

Tons que tocam - Carlos Paredes

De Carlos Paredes já muito se disse (mas não demais). "Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor" pode ler-se logo nas primeiras linhas de um artigo da wikipedia que se refere a Carlos Paredes. Quanto a mim, ninguém toca guitarra como Carlos Paredes tocava, penso mesmo que ele e a guitarra chegavam a ser um só.
Um cd duplo foi lançado, com o nome "Movimentos perpétuos - Música para Carlos Paredes", projecto no qual vinte músicos revisitaram a obra do mestre e reformularam alguns dos seus temas, com o objectivo de o homenagear. O resultado não deve deixar de ser ouvido e apreciado.
Deixo aqui um desses temas (Shelter Av - O Sono) , esperando que vos abra o apetite para procurarem os restantes temas, e o já nosso conhecido "Verdes anos". Espero que gostem.

Pablo Neruda - Poema XV

E porque não umas versões poéticas?... Claro que tinha de ser este senhor a inaugurar esta rubrica, não menosprezando outros génios desta arte. Senhoras e senhores… Pablo Neruda…
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Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
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Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.
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Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
Déjame que me calle con el silencio tuyo.
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Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
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Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
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quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Airbus A320 da US Airways amarou de emergência no rio Hudson

Um avião da US Airways amarou à pouco de emergência no rio Hudson, rio que separa Nova York de Nova Jersey. Pensa-se que os 146 passageiros sobreviveram, o que faz do piloto deste avião um herói.

Mas está também de parabéns quem captou esta fotografia, que vos vai contar o resto da história.
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A vida facilitada de Sócrates

Em ano de eleições, olho com bastante preocupação para o quadro político português. Pelo que consigo prever, nas próximas eleições, face à falta de alternativas, os portugueses voltarão a eleger José Sócrates incumbindo-o de governar o país por mais quatro anos. Porém, desta vez, penso que ninguém estará iludido, e esse voto será no menor dos males. De qualquer modo, resta-me a esperança de que o PS não consiga obter a maioria absoluta que o primeiro-ministro já veio pedir à televisão.
O nosso PM vangloria-se e orgulha-se constantemente do seu desempenho enquanto governante, assim como do trabalho executado pelo seu Governo, reivindicando enormes sucessos e conquistas para o seu Executivo, e assegurando que os portugueses reconhecem e sabem que o país está melhor desde que ele tomou posse.
Apesar de afirmar que neste momento estamos perante uma crise económica bastante grave, que ninguém podia prever, cuja verdadeira dimensão ainda não é perceptível, e que tempos ainda mais difíceis estão para vir, José Sócrates arroga ter capacidades que lhe permitem sentir-se preparado para enfrentar esta crise, e fala do futuro com um optimismo que, segundo me parece, roça a inconsciência.
Quanto a mim, que destas coisas nada sei, apenas sinto, Portugal não está melhor do que quando o primeiro-ministro tomou posse. Penso mesmo que o trabalho deste executivo foi, em muitas áreas, francamente mau, designadamente nas áreas da saúde, da educação, da economia e da segurança interna, e não consigo olhar para o futuro com metade do optimismo de José Sócrates.
Assim, penso que a reeleição do engenheiro se traduzirá na continuação, por mais quatro anos, de egocentrismo, de más políticas, de governação desfasada da realidade, surda e inflexível.
Por isso, não voltarei a votar em José Sócrates, o que me vai permitir ter a consciência mais leve na próxima legislatura, imiscuindo-me de quaisquer responsabilidades nos desígnios do país.
Contudo, reconheço que a escolha será mais difícil para todos aqueles que, como eu, não vão voltar a votar no PS.
Existe uma certa tendência para se votar num partido que seja um potencial vencedor, de modo a ficar-se com a sensação de que o nosso voto foi útil. Porém, o PSD de Manuela Ferreira Leite, é hoje um partido pálido, letárgico, pouco interventivo, apático, sem ideias alternativas, quase mudo e quando a sua líder intervém é para propor (com mais ou menos humor) algo como a suspensão da democracia, defendendo que essa é a única via para por a casa em ordem…
Acresce que o PSD vem perdendo força há já demasiado tempo, devido à manifesta incapacidade de encontrar alguém que esteja à altura de liderar um dos dois maiores partidos portugueses. Luís Filipe Menezes escorraçou Marques Mendes. De seguida, virou-se o feitiço contra o feiticeiro, e não tardou a ser escorraçado da liderança do partido. Sucedeu-lhe Manuela Ferreira Leite, quando lhe podia ter sucedido Pedro Passos Coelho, e quanto a mim, o PSD só teria a ganhar com isso nessa altura. Manuela Ferreira Leite prometeu devolver ao partido a credibilidade, o vigor e a estabilidade que o PSD vinha perdendo, e mostrou-se convicta de que venceria José Sócrates nas próximas legislativas. Na minha óptica, a ex-ministra das finanças não conseguiu até agora cumprir nenhum dos objectivos a que se propôs, e penso que só já mesmo Ferreira Leite ainda acredita que poderá vencer José Sócrates nas próximas eleições. Mas mais… também não acredito que Pedro Santana Lopes possa vencer António Costa em Lisboa, e estas duas derrotas, a verificarem-se, como acredito piamente que se irão verificar, deixarão graves sequelas no PSD.
Isto posto, creio que está formada a conjectura necessária para que se altere o panorama político português. O descontentamento com as políticas empreendidas pelo PS, e a declarada incapacidade do PSD de aparecer como uma séria alternativa ao PS, poderá levar os eleitores a distribuírem melhor os seus votos pelos partidos. Por ventura, este será o momento de tirar a garantia aos dois maiores partidos portugueses de que independentemente do seu bom ou mau desempenho no Governo, apenas um dos dois será eleito para governar o país.
Além disso, penso que tem ficado demonstrado que as maiorias absolutas não permitem uma governação mais segura, mas uma governação com um pulso demasiado forte e demasiado inflexível.
Por minha parte penso que um parlamento mais plural seria benéfico em todos os sentidos, e não um entrave à governação como se tem tentado fazer crer nos últimos anos.
Parece-me fundamental dar um sinal claro ao PS e ao PSD que os eleitores não são seus adeptos, e que eles não são os partidos com mais adeptos. É necessário mostra-lhes que o trabalho destes partidos tem sido sucessivamente decepcionante, e que os cidadãos votam em quem acreditam e não votam sempre na mesma cor.
Ainda assim… tenho sustentadas dúvidas que isto aconteça, e temo que José Sócrates seja eleito com uma nova maioria absoluta. Do que não tenho dúvidas é que vou ficar feliz por terminar o mandato de José Sócrates este ano, e bastante triste quando o engenheiro iniciar o seu segundo mandato.



terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Entrevista de José Sócrates à SIC

Sem querer para já entrar em maiores desenvolvimentos… sobre a entrevista que o nosso primeiro-ministro ontem concedeu à SIC, quero apenas dizer que “eu não concordo com o ponto de vista que o nosso primeiro-ministro tem do seu desempenho enquanto governante, nem com os sucessos que alega ter alcançado para o país, nem com a ideia de que o país é melhor depois de ele ter chegado ao Governo, nem com o resto das coisas que disse, e que, segundo me parece, esse é o ponto de vista de quem não tem a mínima noção da realidade”, mas isto é apenas a minha opinião.
Já agora, aproveito para dizer que acho também que o argumento: “eu não concordo com esse ponto de vista, porque esse ponto de vista é o ponto de vista daqueles que são pessimistas crónicos e sem optimismo suficiente para encarar esta conjectura menos fácil como se estivesse tudo bem” é infantil e infeliz.
No que toca ao pedido de maioria absoluta nas próximas eleições, confesso que temo que o povo lha dê (sobretudo por causa da falta de alternativas), mas que tenho uma fé enorme em que isso não acontecerá.

Quanto ao mais, abster-me-ei por ora, dado que já é tarde. Espero amanhã conseguir ainda escrever mais umas palavras sobre este assunto.

Deixo aqui as análises de Mário Bettencourt Resendes, António Costa, Henrique Monteiro e José Manuel Fernandes divulgadas na Edição da Noite na SIC Notícias.